quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Pergunta mansa

Às vezes passo horas fazendo perguntas. Às vezes não quero pensar em perguntas e tampouco quero fazer perguntas, mas elas vêm. Com truculenta sensibilidade, de mansinho, atropelando o medo e a falta de coragem, elas vêm.
Sentimentos com máscara de pergunta. E daí fico ali perguntando se devo fazer perguntas. Perguntar é viver a vida ou é adiar ela?
Afinal, o que eu quero questionar com minhas perguntas?

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Apenas como processo

forcejar
v. i.
Empregar força.
Fazer diligência.
Esforçar-se; lutar.

Eu forcejava, tu forcejavas, ele forcejava, nós forcejávamos, vós forcejáveis, eles forcejavam (..)

É. É muito forcejo para um verbo.
Triste ainda é forcejar contra todas palavras. Dá desgosto: aquele conjunto de palavras unidas à força, só pelo objetivo e sem o processo. Poema sem fundo, sem cor, sem cheiro,
Forcejar as palavras de acordo com um objetivo pode ser um método. Mas o risco é se perder no método - esquecer que se trata apenas de uma tentativa e uma tentativa que carece de significado. Forcejar pode ser um modo de não se perder no universo das palavras. Mas se a procura é por uma receita, já estou destituída do processo. E aí dá desgosto. 
Não precisamos de fórceps literários.

Precisamos é de mais processos.